Economia

Crescimento em 2023 com manutenção da economia

Diversos fatores contribuíram para manter a atividade econômica aquecida no Brasil

Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil - DP - Expectativa de crescimento para o ano é de 3,1%

Por Maria da Graça Marques
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A demanda reprimida e reabertura do setor de serviços, o impulso fiscal causado por meio de programas sociais e redução de impostos e uma demanda externa ainda elevada contribuíram para manter a atividade econômica aquecida no Brasil em 2022, segundo a Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (Fiergs).

A entidade apresentou nesta terça (6), em entrevista coletiva, o balanço de 2022 e as perspectivas para 2023. Neste contexto, a expectativa para o ano é de crescimento estimado de 3,1% na economia brasileira. Para 2023, as expectativas são de redução no ritmo do avanço para 1%.

Na avaliação da Fiergs, o resultado futuro dependerá da capacidade do novo governo federal e do Congresso Nacional de sinalizarem a continuidade da agenda de reformas e adotarem medidas que garantam o equilíbrio das contas públicas e da dívida no longo prazo, condição que cria um ambiente de estabilidade para que o Banco Central possa iniciar um ciclo de baixa dos juros o quanto antes. “A perspectiva para 2023 vai depender de como o governo conduzirá a economia, o empresariado não sabe o que virá. A indústria tem que produzir, gerar empregos e impostos. O governo tem que nos fornecer condições para podermos trabalhar, não nos atrapalhar, e nem desmanchar alguns resultados que vêm bem”, disse o presidente da Fiergs, Gilberto Petry, enfatizando a necessidade da definição o quanto antes do novo ministro da Fazenda.

Em contrapartida, diferentemente dos resultados nacionais, a economia gaúcha deve apresentar retração de 2,5% no Produto Interno Bruto (PIB) este ano, por conta da estiagem que provocou a queda da produção agrícola. Já a indústria do Rio Grande do Sul, de acordo com análise elaborada pela Unidade de Estudos Econômicos (UEE) da Fiergs, apresentará desempenho modesto em 2022, com resultados diversos entre os seus segmentos, mesmo diante da recuperação da economia nacional. O PIB da indústria brasileira (Transformação, Construção, Extrativa e os Serviços Industriais de Utilidade Pública) deve encerrar o ano com avanço de 1,5%, enquanto a indústria gaúcha tende a crescer 2,5%. O segmento de Transformação foi o mais afetado pela conjuntura turbulenta e pelos entraves nas cadeias de suprimentos, principalmente no primeiro semestre. Por outro lado, a Construção foi o destaque, em linha com ciclo de alta nos investimentos. “A grande incerteza é com relação à condução da política econômica de agora em diante. A importância da estabilidade das contas públicas não é novidade para ninguém, os seis primeiros meses de 2023 serão importantes para entender qual a orientação da política econômica para os próximos quatro anos”, destacou o economista-chefe da Fiergs, André Nunes.

Nunes lembrou que nos últimos sete anos foram promulgadas reformas que ajudaram a melhorar o ambiente de negócios e a expandir o PIB potencial do País. Entre elas, o Programa de Parcerias de Investimentos (PPI), Lei das Estatais, Reforma Trabalhista, Teto de Gastos, Lei da Terceirização, Autonomia do Banco Central, Lei da Liberdade Econômica, Reforma da Previdência e Privatização da Eletrobras.

Em relação ao mercado de trabalho brasileiro, ele surpreendeu positivamente, segundo a Fiergs. A população ocupada atingiu nível recorde de 99,7 milhões de pessoas e o País deve concluir o ano com geração de 2,2 milhões de postos de trabalho com carteira assinada, sendo 106 mil na economia gaúcha. O mercado aquecido fez a taxa de desemprego do Brasil cair para 8,3% em outubro, o menor patamar desde abril de 2015. A perspectiva é de taxa de desemprego no final de 2022 em 8% no Brasil e em 5,7%, no Rio Grande do Sul, com elevação na renda do trabalhador.

Para a inflação, o IPCA, que chegou a acumular alta de 12,1% no quarto mês do ano, encerrará 2022 em 5,8%. Segundo a Fiergs, a ação do governo federal em promulgar a PEC dos Combustíveis reverteu o cenário e trouxe consigo três meses seguidos de desinflação.

No cenário internacional, o ano foi caracterizado por grandes eventos internos e externos que mudaram a trajetória inicialmente esperada para a economia. O abrandamento da pandemia nos países do Ocidente e a invasão da Ucrânia serão os dois acontecimentos mais lembrados, provocando impactos na economia mundial, como a crise energética, a aceleração da inflação e o aperto nas taxas de juros. Mesmo com desaceleração em relação a 2021, a economia mundial deverá crescer 3,2% em 2022. ​

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